
"PAI- no dicionário:
do Prov. pay, paire <>
Hoje cedo ao falar com uma amiga minha fiz uma pequena retrospectiva na minha infância, logo após desligar o telefone um enorme sentimento de solidão me preencheu.
Foi incrível lembrar as vezes que fingia estar dormindo para que meu pai me carregasse no colo, e quantas e quantas vezes dormia sobre aquela barriga enorme. Lembrar que a felicidade era ir aos domingos para casa do meu vô Arthur para brincar com meus primos, ver meu pai como um “atirador de meninos” , ele pegava cada um e jogava o mais longe que podia ate que aterrisassem de forma desajeitada na piscina.
É a mais pura verdade, sempre fui a "menininha do papai", meu pai era meu herói, meu porto seguro onde eu podia descansar e nada nem ninguém iria me perturbar, até porque meu pai era enorme, gigantesco o maior e o melhor de todos. Eu adorava saber que meus amiguinhos me respeitavam também porque morriam de medo do meu pai.
E sempre foi assim, eu assistia futebol com ele, fórmula 1 , e gostava de fazer coisas tanto de menino quanto de menina e acho que por isso meu pai era tão apegado comigo, porque além de ser a caçula também fazia as vezes do "filho" que ele não teve.
Adorava fazer os programas de índio dele, mas ele fazia os meus também. Mesmo depois de marmanja eu e ele íamos ao parque, ele me comprava bolinhas de sabão, algodão doce e me esperava subir e descer do escorrego incessantemente ate enjoar e depois íamos para casa como se tivéssemos passado a tarde na Disneylândia.
Minha mãe sempre morreu de ciúmes da nossa relação mas acho que ela compreendia que para mim meu pai era mais que só um pai, mas um amigo.
E essas lembranças me fizeram chorar porque hoje me sinto desamparada e não estou falando do financeiro, porque não é isso que esperava, mas eu digo emocionalmente. Hoje meu herói não monta mais um cavalo branco e nem sei se viria me salvar dos males que essa vida vai me apresentar, não sei se é a mão dele que vou encontrar ao acordar de um febrão, não sei se é ele que todos os sábados vai assistir desenho animado comigo ou com meus filhos. Dói-me não saber como ele está ou onde ele está, mas espero mesmo que esteja bem porque sempre estarei pensando nele e orando pra que tudo nessa nova vida dele dê certo porque o amo e sempre vou amá-lo. Mas é fato, morro de saudades dos meus cinco anos!!!
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